domingo, 5 de julho de 2009

27/02/09, 16:17 - Saúde

Centro Hospitalar registra baixo número de casos de dengue

  • Centro Hospitalar registra baixo número de casos de dengueFoto: Márcio Garcez / Saúde
  • Centro Hospitalar registra baixo número de casos de dengueFoto: Márcio Garcez / Saúde
  • Centro Hospitalar registra baixo número de casos de dengueFoto: Márcio Garcez / Saúde
  • Centro Hospitalar registra baixo número de casos de dengueFoto: Márcio Garcez / Saúde
  • Centro Hospitalar registra baixo número de casos de dengueA gerente de Enfermagem Patrícia Nascimento/Foto: Márcio Garcez / Saúde
  • Centro Hospitalar registra baixo número de casos de dengueO responsável técnico pelo laboratório, Paulo Santana/Foto: Márcio Garcez / Saúde
  • Centro Hospitalar registra baixo número de casos de dengueRoniclécio Santana e seus pais Dulcimar e Carlos/Foto: Márcio Garcez / Saúde

Montado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) no prédio da Maternidade Hildete Falcão Batista, em Aracaju, o Centro Hospitalar de Assistência ao Paciente com Dengue tem registrado poucos atendimentos. Desde que começou a funcionar, em meados de dezembro do ano passado, a unidade acolheu 166 pacientes, em cuja maioria o diagnóstico de dengue foi descartado.

A demanda, considerada baixa até o momento, reflete a situação do Estado no que se refere ao registro dos casos de dengue. De janeiro para cá, houve a notificação de 142 casos, sendo que apenas 18 foram confirmados e, entre eles, somente um apresentou complicações. No mesmo período de 2008, a situação era bem diferente: 1.335 notificações e 942 casos confirmados nos dois primeiros meses daquele ano.

“Essa significativa diferença representa também o resultado do trabalho de prevenção iniciado no ano passado e ainda em andamento em todo o território sergipano”, considera a gerente do Núcleo de Endemias da SES, Sidney Sá. Apesar do período de maior risco epidemiológico não ter passado, ela acredita que o registro de casos não deve crescer significativamente nos próximos meses.

No entanto, alerta Sidney, isso não quer dizer que todos devem cessar na rotina de combate aos criadouros do mosquito transmissor. “O trabalho do Estado em parceria com os municípios vai continuar e a população não pode deixar de cumprir o seu papel”, reforça a bióloga, acrescentando que as chamadas chuvas de verão estão se tornando mais constantes e, com elas, a possibilidade de proliferação do Aedes aegypti.

Atendimentos

A média atual de atendimentos no Centro Hospitalar de Assistência ao Paciente com Dengue é de três pacientes por dia. “A gente acolhe diariamente tanto a demanda espontânea, ou seja, as pessoas que vêm por conta própria, quanto aquelas vindas de outras unidades de saúde”, informa a gerente de Enfermagem do Centro, Patrícia Nascimento.

A maioria desses pacientes é da capital, mas como a unidade é referência para todo o Estado, pessoas oriundas do interior também vêm sendo beneficiadas. Dos 166 acolhidos entre dezembro e fevereiro, 37 foram procedentes de municípios como São Cristóvão (9), Nossa Senhora do Socorro (9), Barra dos Coqueiros (5), Aquidabã (3) e Cedro de São João (2).

“Tem acontecido muitas situações em que a pessoa chega aqui com sintomas, como febre, dor de cabeça, dores no corpo, e acha que é dengue, quando na verdade é uma gripe, uma infecção na garganta, cefaléia e outras doenças”, relata a enfermeira. Quando a suspeita é descartada e o paciente necessita de cuidados específicos, a equipe se encarrega de providenciar a remoção para outra unidade.

Até agora, foram feitas 17 remoções, sete das quais para o Hospital Nestor Piva, na zona norte de Aracaju. Para o Hospital de Urgência de Sergipe Governador João Alves Filho (HUSE) foram encaminhados quatro casos. “Ao HUSE, também encaminhamos casos confirmados de dengue, mas só quando se tratam de ocorrências graves, já que aqui temos estrutura para tratar todos os pacientes com dengue clássica que necessitam de hidratação e repouso”, ressalta Patrícia.

O jovem Roniclécio Santana, 19 anos, que nesta sexta-feira, 27, retornou à unidade para realizar alguns exames, se diz satisfeito com o atendimento prestado, quando procurou o Centro Hospitalar na última quinta, 26, com dores no corpo, nos olhos, febre e manchas na pele. “Agora já estou me sentindo melhor. Não quero voltar de novo, mas, se voltar, sei que vou ser bem acolhido”, afirma Roniclécio, que estava acompanhado de seus pais, Dulcimar Barbosa e Carlos de Santana.

Laboratório

Os exames solicitados pelo médico, como hemograma completo, sumário de urina, parasitológico de fezes, glicemia etc., são todos feitos na própria unidade, que dispõe de um laboratório específico. “É tudo feito aqui, coleta e análise, o que dá mais agilidade na divulgação do resultado”, confirma o responsável técnico pelo laboratório, Paulo Santana.

Apenas a sorologia (exame que detecta a presença de anticorpos contra o vírus da dengue) é realizada no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Esse exame é feito a partir do 4º dia após o aparecimento dos sintomas da doença e não interfere na conduta do médico. Ou seja, não é preciso esperar sair o resultado para iniciar o tratamento. “A comprovação sorológica é um direito do paciente, mas serve somente para alimentar os dados epidemiológicos”, explica Paulo.

Estrutura

O Centro Hospitalar foi adequado com 100 leitos, mas possui capacidade para atender 300 pessoas por dia no setor de acolhimento e nos consultórios médicos. São 40 leitos pediátricos, 30 leitos para pacientes adultos e 30 poltronas de hidratação com cadeiras para acompanhantes. Desse total, há dois leitos de estabilização para os casos de emergência e três leitos de observação permanente para casos que requerem maiores cuidados, sendo dois adultos e um pediátrico.

O local ainda dispõe de posto de enfermagem e de uma sala para atendimento 24 horas da equipe multiprofissional composta por dois assistentes sociais, um psicólogo e um técnico da Coordenação de Vigilância Epidemiológica da SES. A unidade trabalha também com um call center 24 horas interligado à Central de Regulação Médica do Samu Sergipe e com a retaguarda do Serviço, quando há necessidade de remoção.

Para mantê-lo em funcionamento por pelo menos até o final desse primeiro semestre, o Governo de Sergipe investirá cerca de R$ 5,7 milhões. Os recursos contemplam pagamento de pessoal, equipamentos, insumos, material permanente e medicações, serviço de nutrição e dietética, laboratório e ultrassonografia, além da reforma predial feita no final do ano passado.

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