terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Médico australiano Scott O'Neill, encontra bactéria que poderá servir de arma contra dengue.

Um tipo comum de bactéria pode ajudar a reduzir o contágio de doenças que tenham mosquitos como transmissores, como a dengue, a febre chikungunya, ou a malária, segundo um estudo publicado na quinta-feira pela revista Cell, citado pela agência AFP.

Os mosquitos contaminados com a bactéria wolbachia, extraída de moscas, tornaram-se mais resistentes a estas doenças.


"Estes resultados mostram que podemos obter um impacto importante na luta contra estas doenças", afirmou o principal autor do estudo, Scott O'Neill, da Universidade de Queensland, na Austrália.


A dengue, uma doença contra a qual ainda não existe vacina, mata 40.000 pessoas por ano no mundo e contamina 50 milhões. A febre chikungunya, em geral, não é mortal, manifestando-se com sintomas semelhantes aos da dengue (náuseas, esgotamento).


A
wolbachia é uma bactéria muito comum, estando presente em 60% das espécies de 

Cientistas encontram bactéria que poderá servir de arma contra dengue.

Estratégia dos pesquisadores é infectar os mosquitos portadores do vírus Aedes aegypti com uma bactéria que pode reduzir sua expectativa de vida e sua fertilidade.



Segundo pesquisa, bactéria seria solução barata
Em artigo na revista Science, pesquisadores da Universidade de Queensland, em Brisbane, na Austrália, afirmam ter descoberto que a bactéria Wolbachia se propaga com facilidade através de mosquitos criados em laboratório. 

Segundo informações da BBC, o mosquito portador do vírus da dengue não é naturalmente suscetível à bactéria, então, os pesquisadores adaptaram um tipo de Wolbachia para que a infecção fosse bem sucedida.
 

Além de reduzir a expectativa de vida dos insetos pela metade, a bactéria pode afetar sua população de outra forma. O microorganismo pode ser transmitido de uma fêmea infectada para seus filhotes. Os machos infectados sofrerão alterações sutis que fazem com que eles só produzam filhotes com fêmeas infectadas.
 

Incubação 
Em experiências realizadas em laboratório, os pesquisadores observaram que a infecção reduziu a expectativa de vida dos insetos em poucas semanas. Este é um dado significativo porque depois que o mosquito adquire o vírus ao picar um animal ou ser humano infectado, há um período de incubação de uma a três semanas antes que ele possa retransmitir a infecção.
 

Isto significa que só mosquitos que tenham vivido mais tempo poderão representar um risco para seres humanos e estes provavelmente vão morrer muito rápido, reduzindo sua habilidade de transmitir o vírus.
 

Mutação 
O potencial uso de Wolbachia para controlar a população de mosquitos tem sido sugerido há algum tempo, mas este mais recente estudo oferece esperança de que a estratégia possa funcionar.
 

Apesar disso, ainda existem algumas incógnitas. Especialistas não sabem se a propagação do vírus seria bem sucedida fora do laboratório. Há ainda a possibilidade de o vírus sobreviver ao sofrer uma mutação, adaptando-se à infecção. Ele poderia, por exemplo, exigir um período de incubação mais curto.


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